O Mistério do Fogo
por Monsenhor Luiz Soares
O fogo sempre exalta a imaginação do homem. Não sei se por causa as crenças de que o mundo será destruído pelo fogo. Ou se por causa de outra crença de que no inferno exista fogo. Talvez não seja por nada disso. Até porque hoje quase não se acredita mais nisso.
Certo é que o fogo é o grande aliado que só incidentalmente se transforma em inimigo do homem. Nas eras mitológicas, o homem chegou mesmo a adorá-lo como deus.
Necessário à vida humana, o fogo é também um maravilhoso símbolo de vida. Dado o seu dinamismo, presta-se espetacularmente para simbolizar a fé. E não é em vão que a Liturgia o utiliza larga e efusivamente. Na noite da vigília pascal arranca-o da pedra para significar a presença do Cristo Ressuscitado, saindo do sepulcro. Foi sob a forma de línguas de fogo que o E. Santo desceu, sobre os Apóstolos reunidos no Cenáculo . Na sarça ardente Deus falou a Moises sobre o monte Horeb. Uma coluna de fogo marchava à frente do povo de Deus rumo a terra da Promissão. Mas foi também com o fogo que o Senhor destruiu as cidades de Sodona e Gomorra.
O fogo torna-se assim, na historia religiosa, um sinal da presença divina e um meio de comunicação de Deus com os homens. Embora lhes tenha causado as mais terríveis catástrofes, ele continua sendo um fascínio para todos. Crianças, já desejávamos abraçá-lo e não foi sem lagrimas que dele muitas vezes fomos afastados. Adultos, quantas vezes não paramos para contemplar a sua beleza, a sua vibratilidade, a sua majestosa versatilidade.
A Escritura diz que nós somos cinza e em cinza haveremos de nos transformar. Mas antes deste retorno às cinzas, sejamos ao menos como a fumaça que sobe. Até o dia em que, ressuscitados com Cristo, seremos luz no Senhor. Luz que não se extinguirá jamais.
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