Modelo econômico
Modelo econômico para a Amazônia será alvo de críticas no Sínodo que ocorre em outubro no Vaticano
Líderes católicos devem questionar mineração em terras indígenas e projetos sem visão de longo prazo, como as grandes construções, a extração de recursos naturais e a falta de estrutura nas áreas urbanas.
Por Filipe Domingues, G1
14/09/2019 06h00 Atualizado há uma hora
Críticas ao modelo econômico e de desenvolvimento praticado na Amazônia nas últimas décadas devem ser apresentadas no próximo Sínodo dos Bispos, um evento convocado pelo Papa Francisco para o período que vai de 6 a 27 de outubro.
"Quem está questionando são os povos amazônicos. O Sínodo vai dar voz a eles", diz Dom Roque Paloschi, bispo de Porto Velho.
O Sínodo é um encontro de bispos com o Papa para discutir um tema específico. Neste caso, o tema é a presença da Igreja Católica na Amazônia e formas de aplicar, na prática, o que Francisco chama de "ecologia integral". Segundo o Papa, os problemas sociais e os problemas ambientais têm uma raiz comum e, portanto, devem ser solucionados em conjunto.
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Por isso, os membros da Igreja devem fazer críticas que associam as causas dos problemas ambientais da região aos fatores que acentuam a pobreza, a violência e a desigualdade social na Amazônia. A mobilização dos bispos desperta incômodo no governo do presidente Jair Bolsonaro.
Pessoas familiarizadas com o Sínodo contam que, entre as principais preocupações dos líderes católicos, do ponto de vista econômico e ambiental, estão estes três pontos:
Tentativas recentes de implantar atividades como mineração e agropecuária em terras indígenas da Amazônia. Bispos criticam, especialmente, quem diz que as terras indígenas não são produtivas e o fato de os povos não serem consultados sobre o destino de suas áreas;
A ênfase histórica em grandes construções, como os emblemáticos projetos da rodovia Transamazônica e da usina hidrelétrica de Belo Monte, que, segundo eles, acabam fracassando ou deixando pouco desenvolvimento na região;
A falta de atenção dos governos às áreas urbanas da região amazônica, que são cada vez mais populosas. Por falta de alternativas de trabalho, mais pessoas se mudam para as cidades e as periferias crescem de forma desordenada, com problemas que vão desde o saneamento básico até a saúde pública, violência e tráfico de drogas.
Quer saber mais (https://g1.globo.com).
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