Junto com o marido Gustavo Huguenin, Fabíola participou do X Encontro Mundial das Famílias em Roma
"Costumo dizer que, de todas as coisas que eu já fiz na Igreja - liturgia, música e comunicação - acho que a catequese, sem dúvida nenhuma, é a mais desafiadora", afirma Fabíola Goulart, de Florianópolis/SC. A catequista, porém, demonstra pelo olhar, pelo sorriso e o seu testemunho a paixão pela Igreja que influencia todos os envolvidos pela Iniciação à Vida Cristã: das crianças aos pais e comunidade, já que "eles acabam se sentindo parte da Igreja por esse amor que primeiro eu experimento".
Andressa Collet - Vatican News
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil tem procurado fortalecer a catequese no país, segundo testemunho em vídeo de dom Armando Bucciol, membro da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética da entidade. O bispo de Livramento de Nossa Senhora (BA) participou da gravação pelas comemorações de 70 anos da CNBB e mostrou o documento de estudo “Iniciação à Vida Cristã”, que será aprovado na etapa presencial da 59ª Assembleia Geral que acontece de 29 de agosto a 2 de setembro, no Centro de Eventos Padre Vítor Coelho de Almeida, em Aparecida.
“Eu penso que a Catequese junto com a Liturgia devem fascinar por Jesus Cristo, optar por segui-lo, vivendo a bela notícia que Ele anuncia e que Ele mesmo é. O processo de Iniciação à Vida Cristã deve passar pela mistagogia, que é o mistério do conhecimento amoroso e experencial do Cristo vivo.”
A paixão pela Igreja que influencia as crianças
Um sinal da presença do amor de Deus que tem envolvido crianças, adolescentes e seus familiares através da missão evangelizadora dos catequistas, como é o caso de Fabíola Goulart. Ela recém participou como painelista do X Encontro Mundial das Famílias, no mês de junho, em Roma, e compartilhou o seu testemunho que vai além do trabalho como jornalista na Arquidiocese de Florianópolis/SC. Conhecida no meio católico por seu apostolado com a juventude e a comunicação em diversos eventos nacionais e também internacionais, ela também é catequista na paróquia.
“Eu como catequista tenho momentos difíceis que digo 'ai, meu Deus, vou desistir'; 'não era isso que eu pensava'; 'é muito mais difícil'. Eu costumo dizer que, de todas as coisas que eu já fiz na Igreja - liturgia, música e comunicação - eu acho que a catequese, sem dúvida nenhuma, é a mais desafiadora.”
"É o mais desafiador porque é um caminho, literalmente. Você caminha com a família, caminha com a criança, então você tem uma responsabilidade maior. E o que eu vi, que não me deixou desistir de ser catequista, é o testemunho que essas famílias me dão no retorno de como está sendo a mudança da criança em casa, da família em casa. E, também, eu tenho percebido que mais do que eu falo nos encontros de catequese é a minha paixão e o meu amor pela Igreja. Eles gostam às vezes de me ouvir falar porque quando eu falo eu sorrio, eu falo com empolgação, eu mando músicas católicas, eu mando falas do Papa, eu mando várias coisas e eles acabam se sentindo parte da Igreja por esse amor que primeiro eu experimento. Então, como eu experimento esse amor primeiro por Jesus e pela Igreja, eles acabam sendo influenciados com isso e aí eles acabam também vendo como é legal, como é bonito, como é emocionante estar na Igreja."
Fabíola contou que sempre está presente na igreja local, fazendo alguma coisa, e sendo vista pelos catequizandos e suas famílias: "vejo que mais do que o que a gente fala, como catequista, é a própria vivência na Igreja, essa minha doação para Igreja". Ela confirma que essa realidade tem se estendido por outras dioceses do país que têm acolhido cada vez mais as famílias das crianças e adolescentes nesse aprendizado catequético que envolve diferentes momentos, de ritos, de reflexão, de anúncio da pessoa de Jesus, da mistagogia caminhada cristã:
"E as famílias, no início, elas acham 'ah, mais coisas para eu fazer'; mas depois, conforme vai caminhando, elas vão se sentindo parte e vão vendo que elas tenham protagonismo também, não só o catequista, mas todo mundo caminhando junto para o bem daquele catequizando. E hoje a gente já vê muitos frutos: tem pais que viram catequistas, tem pais que voltam para a Igreja, que procuram Sacramentos depois da catequese que a gente faz com a criança."
O desafio da conversão dos pais
As famílias, segundo Fabíola, já estavam esperando por esse momento de acolhimento da Igreja, porque era um desejo delas de "estar mais incluídas na Igreja", inclusive porque se trata de um longo período, de anos, de caminho conjunto de Iniciação à Vida Cristã. Os desafios, porém, também existem e são de conversão dos pais dos catequizandos:
"Por mais que eles têm se aproximado da Igreja, em muitos casos, a Igreja ainda não consegue ser uma realidade diária: ainda não vão nos domingos na missa, a menos que tem alguma coisa; ou ainda não procuram o Sacramento da confissão voluntariamente, mas só quando a gente faz realmente algum evento nesse sentido de preparação, ... Isso eu ainda sinto falta: eu queria ver as famílias tomando, de uma forma mais radical, esse processo de conversão, de iniciação cristã, e ainda não aconteceu. A gente ainda está descobrindo como fazer."
Colaboração: CNBB
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